terça-feira, 25 de dezembro de 2012
domingo, 23 de dezembro de 2012
sábado, 15 de dezembro de 2012
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Afinal, eles são tão úteis!
Junto à paragem dos autocarros, com a Rainha de costas indiferente às limitações da plebeia que se arma em condutora, busco o pneu suplente, tento desapertar a rosca para o atirar para o chão e analisar a função de cada uma das peças restantes.
De macaco na mão, faço sinal ao motorista do autocarro que chega, para que me conceda o espaço da sua paragem. Foi simpático. De porta aberta, avisa-me que devo desapertar as porcas da roda, antes de elevar o carro. Entro no seu veículo e peço-lhe que me desaperte o macaco, ainda por estrear e perro, perro. Agradeço e tento o desapertar da roda. Nada! Tarefa inútil, para fraca gente.
Ergo-me desalentada pela minha incapacidade mas, a meu lado, surgiu-me um "grisalho" a quem desabafei a minha frustração, pela falta de força. Reconheço-lhe a ele e a todos os outros, essa ENORME vantagem.
Sem mais demoras, ele pegou na chave e começou a tarefa. Antes que terminasse, ouço alguém perguntar se precisava de ajuda. Respondo que sim. O carro circula a rotunda e vem ter comigo um jovem casal que toma conta da emergência. O macaco já tinha elevado o carro com a força do 1º cavalheiro, quando o 2º se aproxima e o meu carro cai, estrondoso, voltando à posição inicial. O jovem, pede à sua companheira, de barriga a abarrotar de Amor, que fosse buscar outro macaco, ao seu próprio carro.
No final, com as minhas mãos quase tão enfarruscadas como as deles, convido-os a irmos ao café ali ao lado para lavarmos as mãos e bebermos, todos, um cafezinho. Nenhum aceita. Agradeço a preciosa ajuda, desejando à pré-mamã, que o seu menino venha a ser tão prestável e tão simpático como o papá. Reforço o convite ao "grisalho" que se despede com um não, obrigado. Ponho o carro em andamento e desapareço dali, vergada ao peso da minha consciência feminista radical. Eis, senão quando me lembrei:
- Meu Deus, eu a oferecer-lhes cafezinho e só tenho trocados no porta-moedas. Olha, se eles aceitassem, que figura farias se as moedas não chegassem para pagar a despesa!...
Eu tinha ido à natação e não costumo levar para lá, dinheiro bastante, para emergências deste calibre.
Depois do almoço, dirijo-me à oficina a fim de reparar os estragos. Dou voltas e mais voltas e nada. Tenho de perguntar e, é outro simpático, quem me orienta no caminho.
Esta manhã, voltei à oficina e, sem mais esforço do que marcar o código da minha conta bancária, para pagar o novo pneu e o serviço. Tudo ficou como dantes, graças ao desempenho do simpático profissional que se prontificou, até, para me avaliar a pressão dos pneus sempre que eu queira passar por lá.
Reconheço. Homens, assim, são tão importantes, tão queridos! Nem é preciso saber quem são, como se chamam. Apareçam sempre, tá bem?
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Recordando... a escuridão da hora H
Com o argumento de que o exercício me ajudava na aprendizagem, minha Mãe ordenava que fosse eu a escrever o que a nossa vizinha ditasse, enquanto ela, "sem largar os pontos", sempre costurando, me orientava, sem fazer caso do enfado que eu evidenciava e que hoje, me enternece tanto.
Primeiro, era o desejar da saúde para todos e o registo das graças a Deus por "todos por cá", estarem bem. Depois, era o registar das muitas saudades sentidas, citando o nome deste e daquele, desta e daquela, num rol sem fim. Era o explicar as dificuldades da vida diária deste ou daquele familiar e...sempre a realçar as saudades, os votos de saúde, as razões porque não visitava toda a gente de que se lembrava, todos os dias.
Por vezes, eu dizia: - Já escrevi isso. Já escrevi que tem saudades. E ela respondia: - Escreve outra vez. Eu quero que eles saibam que não posso lá ir porque é longe e ninguém me pode levar.
A mim, parecia-me estar a escrever para o fim do mundo. Falava-se de gentes que nunca vira e que ninguém tinha esperança de voltar a abraçar.
Sentia-a tão pobre! Não tinha mais que a carga de ervas e lenha que lhe via carregar nas costas, no final de cada tarde de trabalho, no campo. Não sabia ler, nem escrever. Só lhe sobravam na alma as saudades das raízes.
Graças ao rasgar dos horizontes, afinal, sei hoje que a sua terra fica já ali. A dois passos da recordação dos tempos idos. Mas... a escuridão teima, de novo, em ofuscar esse caminho.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
círculo vicioso
- CÍRCULO VICIOSO
- Bailando no ar, gemia inquieto vagalume:
— "Quem me dera que eu fosse aquela loura estrela,
Que arde no eterno azul, como uma eterna vela!
"Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
— "Pudesse eu copiar-te o transparente lume,
Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte armada e bela..."
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
— "Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda luz resume!"
Mas o sol, inclinando a rútila capela:
— "Pesa-me esta brilhante auréola de lume...
Enfada-me esta azul e desmedida umbela...
Por que não nasci eu um simples vagalume?"
- Machado de Assis
terça-feira, 18 de setembro de 2012
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
TRAVE, TRAVE, TRAVE!...
TRAVE... no jovem português, que pretende assegurar o seu Futuro dando asas ao seu sonho, estudando e buscando emprego na sua Pátria.
TRAVE... no trabalhador que ainda acha possível que com a sua profissão pode assegurar o seu Futuro.
TRAVE... no anónimo cidadão que votou e acreditou na honestidade, modéstia e dever de serviço a Portugal, por parte da maioria dos políticos.
TRAVE... no idoso reformado, que acredita que a sua última etapa pode ser vivida na serenidade de que o seu dever cumprido deveria ser garante.
TRAVE... se ouviu e cantou "E depois do Adeus", se acreditou num novo Madrugar, num País fraterno e solidário.
TRAVE! Mais que as gentes, agora, contam os "mercados", as metas orçamentais.
Portugal, está "Tristiano". Definha, e os seus habitantes são números ou peças de suporte da pirâmide.
A TRAVE... está no combate ao egoísmo, no combate à ganância e à usura.
A TRAVE... está no combate à exploração e fuga aos impostos.
A TRAVE, o SUPORTE, está na Educação para todos.
A TRAVE, está na Honra de cada um de nós, na Honestidade, na Partilha fraterna, no conhecimento da nossa História comum.
A TRAVE, está na consciencialização de que todos os Homens são iguais nos seus direitos e nos seus deveres.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Comércio tradicional ou a ratice portuguesa
À entrada, o dono, apenas com um olhar, assegura-me que será possível fazer o serviço e retira-se para o interior do estabelecimento.
Aguardo a minha vez, enquanto um jovem termina um serviço e despacha o cliente que me antecedia, perguntando-lhe se desejava factura. Reparo na observação, ouço a resposta do cliente, penso com os meus botões que o moço já vai orientadinho no negócio e, sem saber como ou talvez sim, lembro-me dos discursos sobre a existência, as causas e as consequências duma tal crise que temos (todos...) de pagar.
De seguida, o prestável moço pega na minha chave e procura um modelo da mesma, rodando o mostruário que havia em frente do balcão. Roda, roda e diz-me, com franqueza de iniciante, que o modelo está esgotado.
- Tinha de ser!, respondo-lhe eu.
Lá de dentro, surge o velho e sabidão comerciante. Retira a minha chave da mão do rapaz e diz-lhe:
- Isso nunca se diz, em frente do cliente!
Deixa-me alerta, enquanto roda e compara modelos de chaves. O jovem, inexperiente na ratice do negócio, argumenta ainda que o lugar daquele modelo está vazio. O velho assenta a minha chave noutra chave e noutra e noutra. E o moço diz:
- Essa é mais comprida, avô.
Então é a minha vez de argumentar:
-Veja lá, eu não quero uma chave que não abra ou não feche.
O típico "chico-esperto" português, responde-me que o cliente nunca sai prejudicado. Se houver prejuízo a casa assume.
Respondo-lhe que não me interessa voltar para reclamar o serviço.
Danado com a ingenuidade do neto e com a cliente a aperceber-se da sua ratice, o velho larga a chave no balcão e confessa-se sem paciência para tanto.
Pego na chave e despeço-me com a recomendação:
- Não tem paciência, reforme-se!
Volto ao estacionamento, lixada como o nosso primeiro ou mais ainda. A senhora observa que tenho pouco a pagar pelo breve período em que lá deixei o carro.
Conto-lhe a razão da pouca demora. Ela informa-me de uma outra loja onde se copiam chaves. Vou até lá. Já cá canta uma nova cópia. Daqui a pouco, veremos se abre e fecha, para felicidade de um outro velhinho que merece de mim todo o esforço para o ver contente.
Se não servir, resta-me o consolo de ter sido bem atendida no engano e, só isso bastará para não ter razão de reclamar prejuízo.
terça-feira, 24 de julho de 2012
fio de prumo: Um presente!
segunda-feira, 9 de julho de 2012
sexta-feira, 6 de julho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
Pensamento Positivo
TORÇO POR TI, COM FERVOR E ESPERANÇA!
" Mas não precisas de agradecer, às tias só se agradece com muitos beijinhos. E eu mal posso esperar por os receber! Os teus e os dos meus (teus) rapazes!"...
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Grande notícia
Calmamente, esperou que o papá chegasse de manhã para "jantar" com ele, antes que acabasse o dia de S. João.
terça-feira, 29 de maio de 2012
domingo, 27 de maio de 2012
Achei o meu herói
terça-feira, 15 de maio de 2012
segunda-feira, 14 de maio de 2012
amanhecer
Contrariamente ao que é habitual, não recebo resposta imediata nem me dou conta da pressa do seu levantar.
Acendo a luz e aproximo-me da cama. Repito o que já tinha dito e, então sim, meu pai acorda.
Afirmo: Estavas a sonhar...com elas.
-Pois estava. Era uma nova, do meu tempo.
-Como se chamava?...pergunto.
-Já não sou capaz de dizer... A mãe? Onde está a mãe?
Tive de responder com toda a realidade.
E assim, perplexa com todo o misterioso mecanismo que envolve o cérebro humano, cá estou à descoberta das rosas, por entre os matagais.
E. hoje, particularmente, em expectativa.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Grande amiga
Recebi a tua carta e fiquei muito feliz. Ainda há quem pragueje e te chame nomes feios!!!
Confesso que abri a missiva sem exprimir nenhum sinal de prazer ou curiosidade pelo seu conteúdo mas, confesso também que, fiquei surpreendida e agradada com a boa nova tão inesperada, quanto valiosa.
Pois é. A culpa da crise não será de ti, já que me contemplas com tamanha benesse. Não será de outros como tu, do teu tamanho. De mim também não é, com certeza.
Quem sabe até, se no final, não ficarei de olhos em bico, por dever a simpatia a qualquer bondoso chinês.
Confesso-te. Tenho um gato que adoro, chamado Chinês, tão doce, tão meiguinho, obediente, bondoso também, embora seja grande o rol das tropelias que lhe posso atribuir.
Na verdade, querida EDP, o meu felino ensinou-me há muito que não devo confiar nele, cegamente, nem no seu ronronar, nem tão pouco, no seu aparente distraído dormitar. Quando menos espero, recebo arranhadela ou o seu inesperado "pular a cerca".
Já li a informação das letras miudinhas.
"As tarifas reguladas de venda de energia eléctrica a clientes com consumos em Baixa Tensão Normal vão ser extintas, ficando a respectiva venda submetida ao regime de preços livres".
Aceito a devolução dos 56 cêntimos a que (dizes) tenho direito. Vou gastar um dinheirão para receber esta verba. O meu tempo também vale dinheiro mas, vá lá. Ficarei muito grata e preparada, psicologicamente, para novos aumentos que vislumbro por aí, a curto prazo.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Dia Mundial do Livro
John F. Kennedy
terça-feira, 17 de abril de 2012
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Campanha Zero Desperdício
à precariedade financeira se impunham na luta pela sobrevivência.
Com o "alto patrocínio dos meus pais", "este movimento" arrancava sem sequer nos apercebermos dele.
Por lá, a crise económica contribuía sempre para a poupança e aproveitamento dos produtos e recursos existentes.
Nunca havia desperdício alimentar porque a criatividade da mãe, levava ao total aproveitamento dos produtos;
Era o tempo em que o conceito de férias ou horário de trabalho eram ignorados;
Sabia-se que o pedacinho de lápis se poderia gastar até ao fim se lhe encaixássemos um caniço a servir de cabo;
Era certo que os sapatos fechados onde os pés já não cabiam se transformavam em sandálias se fossem até ao sapateiro Damião;
Os vestidos apertados viravam bibes;
As calças velhas do pai, davam para calções novos do filho;
Dos retalhos de tecidos, nasciam os sacos com milhentas aplicações;
Da lã das velhas camisolas, iam sendo tricotadas as meias que nos aqueciam os pés, durante a noite;
A velha botija de barro, com água quente, era precioso aquecedor de cama a facilitar-nos os sonhos.
Tantas, tantas formas de evitar o desperdício.
"A necessidade aguça o engenho".
Agora...
Campanha Zero Desperdício, sim.
Campanha pela justa repartição dos recursos existentes, também!
domingo, 8 de abril de 2012
domingo, 1 de abril de 2012
sexta-feira, 23 de março de 2012
Um achado!!!
Um delicado cartãozinho de visita informava: "Marido de aluguer" "Quando o seu não puder...Tentarei ajudar!"
Depois, esclarece: "Pequenos arranjos domésticos: eléctrico, hidráulico, pintura, mecânico auto, etc..."
Por fim, o contacto: Ricardo em (seguem-se 2 telefones)
Então, pensei: Tinha de ser Ricardo, claro.
Contudo, para todas estas ofertas eu sei bem com que Ricardo posso contar. Um Homem maravilhoso, meu querido sobrinho, apenas.
quarta-feira, 21 de março de 2012
Dia da Poesia
Árvores
Parece-me que nunca ninguém há-de
Ver poema tão belo como a árvore.
Árvore que sua boca não desferra.
Do seio doce e liberal da terra.
Árvore, sempre de Deus a ver imagem
E erguendo em reza os braços de folhagem.
Árvore que pode usar, como capelo,
Ninhos de papo-ruivo no cabelo;
Em cujo peito a neve esteve assente;
Que vive com a chuva intimamente.
Os tontos, como eu, fazem poesia;
Uma árvore, só Deus é que a faria.
Joyce Kilmer
segunda-feira, 19 de março de 2012
Dia do meu Pai
Feliz data, em que posso celebrar, com ele, os 90 anos de vida de meu Pai!
Poema para o Dia do Pai
Ter um Pai! É ter na vida
Uma luz por entre escolhos ;
É ter dois olhos no mundo
Que vêem pelos nossos olhos!Ter um Pai! Um coração
Que apenas amor encerra,
É ver Deus, no mundo vil,
É ter os céus cá na terra!Ter um Pai! Nunca se perde
Aquela santa afeição,
Sempre a mesma, quer o filho
Seja um santo ou um ladrão ;Talvez maior, sendo infame
O filho que é desprezado
Pelo mundo ; pois um Pai
Perdoa ao mais desgraçado!Ter um Pai! Um santo orgulho
Pró coração que lhe quer
Um orgulho que não cabe
Num coração de mulher!Embora ele seja imenso
Vogando pelo ideal,
O coração que me deste
Ó Pai bondoso é leal!Ter um Pai ! Doce poema
Dum sonho bendito e santo
Nestas letras pequeninas,
Astros dum céu todo encanto!Ter um Pai! Os orfãozinhos
Não conhecem este amor!
Por mo fazer conhecer,
Bendito seja o Senhor!-- Florbela Espanca
quinta-feira, 8 de março de 2012
Norma - Casta Diva.... Ah! Bello A Me Ritorna (1949 Studio)
Gosto ainda mais, dele próprio.
Obrigada.
sexta-feira, 2 de março de 2012
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Politi II
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Estou a pensar...
domingo, 29 de janeiro de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Registo de gratidão
Obrigada, querido sobrinho!
.....
O mesmo registo posso deixar também, à sobrinha que, mesmo alagada em trabalho, responde na volta, a qualquer "apelo da blogosfera".
E é por tudo isto que eu posso dizer, a toda a gente, que tenho os melhores, os maiores e os mais bonitos sobrinhos do mundo.
Boa sorte lhes desejo.
Bjs
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Fui dar de beber...à dor
À hora do almoço, ouvi falar do aumento de preço dos combustíveis. O costume. Lembrei-me, então, que tinha o depósito quase vazio e, antes que esquecesse, de má vontade pelas experiências negativas anteriores que tenho vivido nos postos de abastecimento, com este marafado, lá me decidi por outro posto de auto-abastecimento. Em mim, toda a esperança de não ver desperdiçada uma só gota do precioso líquido.
Porém... Porém, ainda não foi desta!
Não sei se por culpa do sistema que caracteriza o modelo do safado carro, se por culpa das mangueiras ou das incompetentes mãos que as têm vindo a usar, raras são as vezes que não pago "bebida" entornada ou apanho "duche gasolineiro".
Exactamente assim, começou hoje, a minha tarefa de abastecer. No entanto, teve uma gentil atitude, digna de registo.
Quando toda a minha fúria interior quase explodia com o fracasso das tentativas de dar o biberão ao bicho sem que ele vomitasse mais para o chão, eis que me surge ao lado, um ditoso cavalheiro, simpático, a informar-me do tamanho do meu desperdício e a disponibilizar-se para me auxiliar.
Lamentei minha incapacidade e ignorância. Agradeci a gentileza. Agradeci a explicação. Agradeci, ao despedir-me.
Então, olhei a direcção que tomava e vi o seu carro atrás do meu, na espera de vez. Lá dentro, a ditosa cara-metade, observara. Observava, tudo.
Furiooosa, LiXada comigo própria, entrei no magarefo e raspei-me dali.
Bolas!
Quando tiver a promessa do fim da crise e de voltar a receber a totalidade dos subsídios que me vão tirar, prometo que compro outro carro. Até lá, havemos de nos entender os dois, neste casamento de conveniência vivido com tristes cenas mas onde cada um tira benefícios do outro.
- Porta-te bem comigo, carrinho. Em troca, dispões dos meus trocos e levas-me a passear, sim?
...Veremos, para a próxima.
domingo, 8 de janeiro de 2012
Alexandre O´Neill
em porta
-Quem? O infinito?
Diz-lhe que entre.
Faz bem ao infinito
estar entre gente.
-Uma esmola? Coxeia?
Ao que ele chegou!
Podes dar-lhe a bengala
que era do avô
-Dinheiro? Isso não!
Já sei,pobrezinho,
que em vez de pão
ia comprar vinho...
-Teima? Que topete!
Quem se julga ele
se um tigre acabou
nesta sala em tapete?
-Para ir ver a mãe?
Essa é muito forte!
Ele tem não tem mãe
e não é do Norte...
-Vítima de quê?
O dito está dito.
Se não tinha estofo
quem o mandou ser
infinito?
Alexandre O´Neill