O meu querido sobrinho adora quando eu me armo em "blogger". Solicita-me postagens, comenta-as, exige e até reclama. Atendendo ao quanto considero importante um pedido seu, aqui estou a fazer-lhe a vontade comentando, a meu jeito, o mais significativo acontecimento da política nacional, destes últimos dias.
Janeiro, dia 8, ano de 2009. A Assembleia da República Portuguesa aprova a Lei que admite o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Quero assinalar o reconhecimento dos direitos de cidadania deste grupo social, minoritário.
Admito as limitações de análise coerente e reserva mental de todos quantos, como eu, já ultrapassaram meio século de vida, conscientes da s/ própria existência formatada em padrões e valores culturais, totalmente diversos. Confesso que faço um esforço na tentativa de coerência relativamente à minha habitual posição de combate a todas as situações de desigualdade e discriminação e às alterações de relação humana e social que esta lei me parece vir a possibilitar.
Aceito as diligências destes grupos no que se refere ao reconhecimento das suas reivindicações por parte do poder político. Reconheço o seu direito à liberdade de escolha diferente e a força do seu lobby.
Não compreendo como é que grupos empenhados na ruptura dos padrões de vida tradicionais, acabam por cair em "encenações e cerimónias", fotocópias das celebrações convencionais.
Reconheço, neste caso, o empenhamento político na "reposição do direito à individualidade" destas pessoas.
Pergunto: Para quando o "mover montanhas", com a mesma determinação política, no combate à desigualdade de direitos existente para com doentes/deficientes, idosos, desempregados, crianças maltratadas/institucionalizadas, homens/mulheres?
Para quando o envolvimento franco e efectivo da "sociedade civil e política" no combate total da pobreza, no Mundo?
Para quando a criação de condições de promoção do direito indiscutível à Educação para todos, como forma de desenvolvimento dos povos?
E a possibilidade de justiça e saúde iguais para todos? Quem assume essa causa?
Para quando o o envolvimento de todos os poderosos e anónimos cidadãos na desconstrução das guerras considerando " matéria prioritária", em cada programa de governo, em cada país, a construção da Paz?
Enquanto a hipocrisia promover, apenas, os jogos de interesses oportunistas ou de fachada, são de somenos importância estas "pinceladas" de tolerância e abertura, num contexto mundial, nacional e local, actualmente, tão complexo e indefinido.
A meu ver, as prioridades são outras. Não entendo o ênfase e a pressa desta aprovação de Lei.
sábado, 9 de janeiro de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário