Ontem, meu pai lembrou-me que devia levá-lo à farmácia para comprar os comprimidos que o ajudam a dormir. Achei boa ideia porque só esses estavam a acabar e não é possível ser eu a comprá-los sem receita. Fiquei no carro, em frente da farmácia e deixei-o ir, perguntando -lhe se tinha dinheiro na carteira. Ao voltar, já com o carro em andamento, sem eu saber porquê, ocorreu-me perguntar-lhe se tinha pago. Com toda a serenidade do mundo, ele respondeu-me que sim, que trazia o troco mas que o farmacêutico não tinha encontrado a nota que estivera separada na sua carteira e ele tinha posto no balcão.
Fervi! Que figura! Aceitar o troco sem ter pago ao homem! Ele mostrou-me as 5 notas de 20 que lá estavam juntinhas de um lado e outra de 10 que o farmacêutico lhe dera. Explodi. Ele tinha-me dito que tinha 50 euros e afinal eram 100. Isso da nota solta era fantasia, de certeza. Inverti a marcha e fui perguntar ao homem se meu pai lhe tinha pago. Ele respondeu-me que estava a verificar a caixa e acabou por me dizer que lhe faltava o dinheiro. Entreguei-lhe os 20 euros que trouxera da carteira de meu pai e pedi desculpa prometendo que nunca mais o deixava ir sozinho fazer compras destas. O farmacêutico pediu-me que não o "castigasse". Afinal, eram óptimos os seus quase 91 anos.
Há pouco cheguei aqui a casa. O telefone tocou e, do outro lado, identificou-se o farmacêutico a lembrar-me o incidente de ontem. Depois de eu sair, a cliente que chegara atrás de mim e que eu ainda vi, encontrou no chão da farmácia uma nota de 20 euros.
Prometi ao farmacêutico levar meu pai, daqui a pouco, até lá para, talvez, gastar esses 20 euros em qualquer coisa que nos faça falta mas, sobretudo, para lhe dar a alegria de sentir, que só ele tem razão, como sempre foi desde que o conheço.
Mais uma vez, vou baixar as orelhas e sorrir!!! sorrir!!!
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ai tanta fervura! tadinho... :)
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