quarta-feira, 30 de junho de 2010

"Papéis de música"

Hoje, sabe-nos a boca a "papéis de música", (ditado popular que significa a dor da ressaca)!...
Enquanto o meu espírito procura meditar nas análises de técnicos ou vedetas e naquelas que se ouvem, em redor, emitidas pelo cidadão mais douto na matéria, tento descortinar, para mim própria, o quanto o futebol e a sua envolvência nos povos, retrata e espelha o pulsar do desenvolvimento sociológico do mundo.
Depois da façanha dos 7 a 0, chegou-nos a "depressão", outra vez!!!
Nós, que gostamos tanto de nos sentirmos "alegretes" mesmo continuando "pobretes," vivemos agora o drama de carpir o desfecho desta "viagem" dos "Navegadores", incapazes de fazer esquecer o tal das Tormentas que, às vezes, rebaptizamos de "Boa Esperança!
É tempo de cairmos na realidade da nossa "tanga" e promovermos novos "Gamas" levando-os a saber respeitar o hino que escutam, cantando-o ou não, a valorizar as paixões que despertam, a dignificar as mordomias que lhes emprestam pelo lugar de topo que lhes é facultado.
Para tanta planificação, importa dar-lhes a beber chá. Aquele "chá" que se toma em pequenino: o chá da persistência, do esforço, da união incondicional, da simplicidade e dos bons modos, do anti-vedetismo, do saber perder perante os que se revelam mais batalhadores. Enfim, o chá da boa educação.
A todos nós, resta-nos aprender a não deitar foguetes antes da festa e, neste caso, aceitar que os espanhóis nos derrotaram não por um golo irregular mas sim, porque a nossa equipa esteve "fora de jogo".
As lágrimas do Eduardo são também as lágrimas dos anónimos portugueses que tanto lutam e tão pouco alcançam mas que acreditam e procuram a "Boa Esperança"!
Só por isso, vale a pena citar o Poeta:
"Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal!..."

sábado, 26 de junho de 2010

quinta-feira, 24 de junho de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Taditos!


1+1+1+1+1+1+1=7 ou 1+1+2+1+1+1=7

Gooooooolos!

"ganda" selecção!


(eu, nunca disse mal... claro!)

Mas...será que, hoje, já despejaram o tal frasco, completamente?

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago

Hoje, morreu um português que atingiu o Prémio Nobel da Literatura.
Nasceu no seio da pobreza, viveu as dificuldades de muitos do seu tempo, de muitos deste nosso tempo (ainda) mas impôs-se pela firmeza do seu querer, pelas convicções polémicas ou não que assumiu, pela busca do saber ler, saber escrever.
São estas as formas de desenvolvimento humano que devemos cultivar a par do respeito pelo outro e pelas suas ideias, pela valorização do esforço de cada um, pela criação de condições de igualdade de oportunidades, acessíveis a todos, pelo carácter que nos caracteriza.
Em tempo de crise de valores, de cortes na educação, de falta de confiança no futuro, convém meditarmos no conceito de cultura que nos é proposto diariamente.
José Saramago é exemplo concreto de que o sonho é possível!
É possível vencermos todas as formas de cegueira que continuam a perseguir-nos.

domingo, 13 de junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Dia de Portugal

Na gruta de Camões

Tinhas de ser assim:
O primeiro
Encoberto
Da nação.
Tudo ser bruma em ti
E claridade.
O berço,
A vida,
O rastro.
E a própria sepultura.
Presente
E ausente
Em cada conjuntura
Do teu destino.
Poeta universal
De Portugal
E homem clandestino.

Miguel Torga
Macau, 10 de Junho de 1987
in, Diário XV

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Sucesso escolar, o que é?

... Acho que me vou propor aos exames que permitem saltar ao 10ª ano! Afinal, já tenho mais de 15 anos e, se atendermos ao grau de dificuldade das últimas provas de aferição, talvez eu fique a perceber melhor que 1+1 pode não ser 2 e ficarei com diploma de "actualizada"!...
Ouvi a sra Ministra da Educação falar da preocupação em atender aos superiores interesses das crianças no que se refere às alterações previstas no Ensino Básico.
Ouvi, hoje, o sr 1º Ministro dizer na Assembleia da República que os agrupamentos em centros escolares são também medidas de contenção e fico, ainda, mais confusa.
Sempre o dinheiro ou a sua falta, a sujeitar os mais indefesos da sociedade aos sacrifícios resultantes da incúria de lideranças incompetentes.
Sempre o Ensino Básico a ser cobaia das políticas de dirigentes experimentalistas.
Não sei se a sra Ministra alguma vez viveu, "uma aventura... a caminho da escola". Eu já. E de muitos modos.
Obrigar crianças de meia dúzia de anos a deslocações diárias "em latas andantes" é o mesmo que buscar a escola a "butes", como se fazia no século passado. É crueldade disfarçada de progresso. É condenar o gosto do saber, logo à nascença. É decretar que o pequeno que se dá mal nos carros, aquele a quem dói a barriga ou se sente, de repente, cheio de febre, seja obrigado a cumprir os horários de retorno a casa no final do dia, em vez de aguardar uns minutos pela chegada da mãe, da avó ou até da vizinha que lhe preparam o "chá do mimo" a que tem direito, é correr riscos nas viagens constantes.
Sujeitaria, sra Ministra,um seu filho ou um seu neto pequeno, às deslocações constantes que as novas hipóteses de usufruto da escola pública propõem para o interior do nosso país, em dias de neve ou calor abrasador?
Não haverá forma mais atractiva de evitar a desertificação do nosso Portugal interior ou de atrair até essas zonas, alguns dos que se "atropelam" no litoral?
Então, só o sucesso das estatísticas é determinante na avaliação do desenvolvimento pessoal das nossas crianças?
Afastando a escola facilita-se mais o interesse dos pais no acompanhamento da vida escolar dos filhos? Não creio.
Sem pensar em dinheiro, sugiro que se inverta o plano. Possibilite-se a pesquisa da vida e não o cansaço de a ter de descobrir, em esforço de cada dia, pela razão do local do berço, ser o menos favorecido.
Possibilite-se a geminação das turmas das grandes escolas com as de fraca frequência calendarizando entre elas, ocasionais deslocações de alunos e envolvendo nessas recepções os pais e a comunidade local, numa troca de saberes e vivências que são o maior património do nosso povo.
Como seria agradável a uns, visitar meninos que conhecem galinhas para além das do supermercado, que sabem plantar a couve e acompanham o crescimento das plantas, que correm nas ruas sem trânsito, que vêem e ouvem o riacho a correr, que conhecem adágios, lengalengas e cantigas populares, etc, etc.
Como seria melhor para os outros, os do interior, dito atrasado, serem recebidos como visita e partilhar, da "balbúrdia de um grande rancho", da dita "evolução urbana", do tal progresso que, actualmente, até rouba tantos empregos aos pais e aperta o cinto às escolas dos filhos. E, depois, sim, depois, visitar museus, bibliotecas, monumentos e dissertar sobre tudo. Contar, comparar e citar. Em computador ou de lápis na mão.
Assim, parecia-me que se combateria a solidão dos grupos e se promoveria a noção de Pátria Comum, promovia-se a partilha do conhecimento, a solidariedade e o desenvolvimento harmónico de todas as zonas do nosso Portugal e das suas gentes, sem "ilhas de modernidade".
Apenas um detalhe. Seria mais difícil concretizar a redução do número de professores e prescindir da sua opinião relativamente a alterações estruturais do sistema educativo!...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Aqui me tens, professor

Aqui me tens
Olhar aberto ao mundo,
Mãos pequenas
Com ânsia de voar,
Algibeiras de ilusão, vontade louca
De aprender, de brincar.
Trago comigo a sacola dos sonhos,
A força que existe num ser a despertar.
Trago comigo uma constante sede
De Ternura e Amor,
O direito à "Viagem", sem parar.
Em ti,
Quero encontrar
A calma azul do mar por explorar,
O doce vigor que salta as barreiras da idade.
Abre de par em par
As "portas", as "janelas".
Faz dos meus passos eco dos anseios da infância que foi tua.
Deixa-me pintar o cenário da Esperança onde vou viver.
Deixa-me pular,
Sorrir, cantar, correr.
DEIXA-ME SER CRIANÇA!

(Glória Balula)