terça-feira, 3 de maio de 2011

Socrinhas

Numa pausa pós almoço, saboreio o meu café, contemplo a cidade e gozo o calor brilhante que o sol empresta à minha varanda.
Olho o relógio e vou ligar o rádio porque são horas de notícias.
Ao escutar as interessantes novidades (especulativas ou não) alusivas à cacetada que a famosa "troica" nos apresentará brevemente, troco a minha atenção pelo gorjear constante do meu Socrinhas e, enquanto vou pensando nas limpezas extras a que me vejo forçada, agora, que ele resolveu mudar a pena, contemplo-o e divirto-me.
Ofereci-lhe um espelho com poleiro pendente. A princípio, começou por ter medo. Depois, não ligou ao presente mas, entretanto, é vê-lo em conversa ou cantadoria com "o seu parceiro", "o seu homónimo," " o seu homólogo", " o seu rival", " a sua última conquista", sei lá mais com quem!...
E, por entre gorjeada tão feliz e convicta, ouço nas notícias que os velhos ricaços com € 600 mensais, vão apanhar uma golpada, pois então.
Socrinhas, Socrinhas, esbelto e vaidoso, ainda bem que te sentes dono de todo o mundo! Assim, nem reparas que o teu espaço é uma gaiola, cercada de grades. Canta, contigo mesmo. Palra. Dança no baloiço. Bica as tuas verdes penas. Eu cá estarei para as limpezas e tratamentos, gozando o Sol... enquanto não for possível que alguém o venha hipotecar.

Ps: Não era preciso vir intercalar-se no jogo dos campeões ibéricos para fazer um esclarecimento público sobre as golpadas aos velhinhos, sr Sócrates! Eu só falei sobre o meu periquito e do que ouvi nos media, nada mais. Quanto aos reformados, ricaços, dos 600 euros, fico contente que continuem ricos e endinheirados. Corte lá na minha pensão se isso salva o meu País.
Leve-me a bicicleta e a bandeira branca e ficaremos conversados, definitivamente!

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