segunda-feira, 16 de abril de 2012

Campanha Zero Desperdício

Hoje, arrancou a campanha Zero desperdício e vieram-me à memória lembranças de há muitos anos atrás em que outras campanhas patrocinadas pela necessidade do combate diário
à precariedade financeira se impunham na luta pela sobrevivência.
Com o "alto patrocínio dos meus pais", "este movimento" arrancava sem sequer nos apercebermos dele.
Por lá, a crise económica contribuía sempre para a poupança e aproveitamento dos produtos e recursos existentes.
Nunca havia desperdício alimentar porque a criatividade da mãe, levava ao total aproveitamento dos produtos;
Era o tempo em que o conceito de férias ou horário de trabalho eram ignorados;
Sabia-se que o pedacinho de lápis se poderia gastar até ao fim se lhe encaixássemos um caniço a servir de cabo;
Era certo que os sapatos fechados onde os pés já não cabiam se transformavam em sandálias se fossem até ao sapateiro Damião;
Os vestidos apertados viravam bibes;
As calças velhas do pai, davam para calções novos do filho;
Dos retalhos de tecidos, nasciam os sacos com milhentas aplicações;
Da lã das velhas camisolas, iam sendo tricotadas as meias que nos aqueciam os pés, durante a noite;
A velha botija de barro, com água quente, era precioso aquecedor de cama a facilitar-nos os sonhos.
Tantas, tantas formas de evitar o desperdício.
"A necessidade aguça o engenho".
Agora...
Campanha Zero Desperdício, sim.
Campanha pela justa repartição dos recursos existentes, também!

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