quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Broas
Quando o assunto já estava arrumado na gaveta das calendas, eis que me surge o aviso de registo a levantar nos CTT.
A penitência começava no dia seguinte. Estacionamento pago para não perder tempo. Ao retirar a senha, sai-me o 346. Olho o écran e vejo registado o 229. Fico fula mas espero mais de uma hora.
Quando chega a minha vez, calha-me um funcionário simpático que, depois de me ver assinar o aviso e verificar a minha identidade, ainda me dá outro documento para nova assinatura. Comento o castigo. Rimos e ele avisa-me do provável montante da "porrada". No mínimo, são 120. É o costume.
Suspiro pelo belo vestido que não vou comprar.
Suspiro pela penúria do meu país que me entra nos bolsos mesmo que me porte bem.
Suspiro pelas broas que um coelho safado me vai comendo nas orelhas, com passinhos doces que me seduzem o olhar mas se transformam em garras de falcão.
Hoje fui ao mb debitar a coima. Aproveitei para fazer outros pagamentos. No final, o agrado era tanto que deixei cair a papelada toda no chão e, com outros à espera, lá fui apanhando cada talão e cada aviso.
A "lembrança" ficou paga. Agora, exijo que seja encontrada a melhor aplicação para a verba enviada. Ficarei atenta à gestão do orçamento, com todos os meus radares.
Haja saúde e Paz neste Natal, para todos.
Marimbo-me para o resto... como o outro.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
A Christmas Story - Journey Of The Angels/Silent Night by Enya.wmv
E foi assim que a minha amiga R. quis desejar-me as Boas Festas. Feliz Natal!
Natal, e não Dezembro
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Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.
Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
David Mourão Ferreira
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Balanço
Recebera, de uma instituição de que sou sócia, um pedido de actualização dos dados testamentários que havia estabelecido nos remotos anos 80 e que careciam, agora, de assinatura presencial ou reconhecida (a idade a impor prova de vida).
A viagem impôs-se ainda mais neste dia, pelo convite para a partilhar na ida, com alguém que adoro. Momentos antes da partida, já ficava memorável por me ter sido dada uma grande notícia mas, sobre esse assunto, não falo, por agora.
Já na grande cidade, após o cumprimento das formalidades que tinha por objectivo, pude apreciar a baixa e o seu morno movimento àquela hora, num dia véspera de Dezembro, com o sol tímido e receoso do seu brilho.
Despertei para a época natalícia que se avizinha, com o comentário de duas idosas, na passagem de peões, observando a ausência de enfeites luminosos, no Rossio. Nas ruas, no metro, sobravam pedintes. Nas poucas lojas onde entrei, algumas esperando-me, apenas um ou dois clientes compradores.
Na espera do autocarro, deu para entender a conversa telefónica de provável recém advogada lamentando-se por ir ter mais um julgamento na calha, enquanto continua à espera pelos pagamentos em falta.
Durante a viagem, ouço falar da ansiedade sentida pela necessidade da entrega dum trabalho com prazo a expirar, sob risco de ir por água abaixo a avaliação do esforço já realizado (novas oportunidades, deduzi).
E, assim, num dia em que saí da concha, deu para meditar nas alterações que se vão registando na nossa sociedade. Deu para adivinhar até em mim, o efeito que o tempo e os tempos produzem sobre cada um de nós e como somos levados a ver "o filme", com novo olhar.
No dia em que o orçamento estava a ser aprovado, não vi nem ouvi ninguém dizer que vira um só dos políticos no activo a observar e a sentir o pulsar da vida, o ritmo do chamado "país real". Decerto a inquietude da realidade os desassossegaria demasiado.
Remeto-me ao campo dos afectos e às vivências da manhã deste dia tão significativo, para acreditar no Futuro.
Afinal, a Vida é feita de partidas e chegadas, numa renovação constante.
Vão-se a crise, a usura e os desequilíbrios orçamentais capazes de nos obrigar a deixar de celebrar este feriado do 1º de Dezembro, evocativo do esforço que nossos avós fizeram para nos legar a restauração da independência da nossa Portugalidade, tudo em nome da tirania do dinheiro.
...
Salvemos o euro!
Ganhemos o Euro!
Num sonho arrojado vejo-me, indecisa, de bolsos vazios, a debater-me perante a possibilidade de ganhar o euro numa final de desforra, Portugal /Grécia, cantando o Hino Nacional e tirando a língua, escarninha, aos "grandes" desta Europa.
domingo, 27 de novembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
11/11/2011
foto retirada da net
Num dia frio e chuvoso, S. Martinho seguia no seu cavalo quando lhe surgiu um pobre trémulo e esfarrapado. O Santo não hesitou e com a sua espada cortou metade da sua capa e deu-a ao pobre para que partilhasse consigo o único agasalho, ao dispor. Mas a lenda não termina aqui. Diz-nos ainda ser aquele pobre o próprio Cristo e, que, como recompensa pelo singelo gesto de partilha e fraternidade, se iluminou o céu e fez-se Verão, em pleno Outono.
Quanta actualidade na moral desta história enriquecida hoje pelo equilíbrio dos números da data que se celebra e perante o egoísmo e usura global que defrontamos.
Saibamos todos, sem deixar de fora os responsáveis pelos desequilíbrios numéricos e financeiros do nosso e de outros países, ter gestos de equidade e justiça, conscientes do princípio de que a liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro.
Se fora assim, nunca as castanhas rebentariam, apenas, nas mãos do Povinho e a crise do tempo daria lugar a brilhantes dias de Verão, por todos partilhados.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Um grato registo
...E o meu Sol não estava só. A sua Estrelinha mais recente, lá vinha, linda, iluminada, dormitando sossegadinha.
Então, meu Sol fingiu que nada mais tinha para fazer senão brilhar para mim e mimar-me com disponibilidade e afecto.
Foi almoço requintado, temperado de Ternura;
Foi passeata e conversa, doce e próxima, pelo jardim;
Foi o abrir-me a "janela" da modernidade, num rasgo ao espaço;
Foi levar-me a ver o brilho maravilhoso da sua Estrelinha primogénita;
Foi alterar hábitos e rotinas para me receber e adular.
E, para tanta beleza de alma que sempre o meu Sol me revelou, não há, não pode haver crise, nem derrota.
Meu Sol é o Brilho duma nova geração que o meu país não sabe valorizar.
Meu Sol, querido Sol, que o Caminho que persegues te sorria e sejas capaz de o prosseguir contornando as pedras, vencendo escolhos, formando assim, tão bem, tuas Estrelinhas Preciosas, na busca do Horizonte.
Obrigada, Sol! És Referência e Orgulho, também, para mim.
Adoro-te.
sábado, 5 de novembro de 2011
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Dia Mundial da Poupança
Gaspar, até rima com poupar.
Sr. Ministro, a partir de agora, prometo tentar reter no meu cofre, todas as moedas de 1 cêntimo que encontrar no meu porta-moedas.
Talvez, deste modo, possa alimentar a esperança de reaver o montante dos subsídios que vou doar obrigatoriamente, "a Bem da Nação".
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
As Amoras
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez nem goste dele,
mas quando um amigo me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
Eugénio de Andrade ("O Outro Nome da Terra")
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Tempos...
Quando me deu jeito de o juntar a outros recados, enfiei-o na bolsa e só o olhei em frente do balcão da relojoaria.
Cumprimentei o senhor, que retirou o seu óculo aumentativo, largou a observação que estava a fazer e veio ao meu encontro, enquanto eu retirava o reloginho da carteira.
Um baque no peito me soou como se fora o bater das horas certas. O homem reparou na minha hesitação e eu expliquei.
- Trazia o relógio para mudar a pilha mas acho que me enganei. É que, afinal, ele está certo.
Eu tinha olhado os relógios de parede, expostos a trabalhar, prestes a fazerem soar as 11h da manhã. Olhara de soslaio o mostrador do meu relógio e ele marcava exactamente, 11horas.
O relojoeiro apressou-se a analisar e retirou-me as dúvidas. Era mesmo preciso mudar de pilha.
Falámos do tempo e do seu efeito sobre todos nós, dos achaques e limitações que são fruto do tempo que por nós vai passando.
Rimos, pela coincidência porque afinal, até um relógio avariado acerta sempre duas vezes por dia!
E agora, é tempo de registar, ainda, este tempo maravilhoso que o dia de hoje nos oferece por cá, sol brilhante de verão, fora de tempo, em pleno outono que nos delicia no engano.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Steve Jobs
Hoje, milhões de outros homens, mulheres e crianças anónimos, mais ou menos valorosos partiram ou irão partir, no silêncio e no desconhecimento das suas vidas.
Porém, para todos nós, continua a ficar a pergunta sobre a lógica do que é a vida e a morte.
Num momento de reflexão sobre o que foi e continuará a ser a revolução tecnológica no futuro, medito no quanto é difícil tornar a singeleza do nosso dia a dia num constante e perpétuo esforço de aperfeiçoamento pessoal, de partilha, de trabalho e de solidariedade, capaz de mudar o nosso Mundo sabendo elevar-se, respeitosamente, aos olhos de todos.
Afinal, até eu vou aprendendo e já me deixei fascinar pela cibernáutica.
Pai biológico de Steve Jobs quer conhecê-lo 'antes que seja tarde' - Vida - Sol
sábado, 1 de outubro de 2011
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Denúncia
Pobreza de espírito. Sem mais comentários.
Contigo, convosco, pela igualdade de direitos!
Ainda há bom senso
Isto, em nome da promoção do Mérito e no combate a uma política de facilitismo e esperteza saloia.
Que sirva de lição ao Ministério da Educação!
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
A nota e a nega
Senti-me incrédula com a notícia. Achei que deveria ser exagero dos media por considerar que uma atitude dessas tocava as raias do máximo desprezo pelo cumprimento do que fora instituído, sem que a sua cessação tivesse sido anunciada, em "tempo útil".
A meio da manhã, ouvi o protesto dum representante dos pais e acreditei no absurdo.
Todos aprendemos que " o prometido é devido".
Miséria de País que tais responsáveis tem a administrá-lo e a representá-lo!
A nega desta "notinha" e o seu desvio para outros fins, talvez vá dar um enorme "jeitão" na resolução dos problemas dos alunos e famílias mais carenciados mas cheira a falsa caridadezinha, hoje politicamente correcta e saber-lhes-à a traição, engano, esmola miserável dada na vez dos direitos que lhes são devidos.
Atitudes destas são anti-pedagógicas, não promovem ninguém e comprometem a construção do Futuro, a formação de homens honestos e reconhecidos pela honradez da palavra dada e pela nobreza de atitudes e comportamentos.
Depois de conhecermos tantos buracos financeiros, impunemente escondidos, tamanhas verbas desviadas, tanta fuga aos impostos, tantos trafulhas desculpados, é vergonhoso que se venha cortar um "premiozinho" antes acenado a jovens, ainda por cima bons alunos da Escola Pública Portuguesa.
Apetece protestar e dizer:
- Nojo! É o vil dinheiro a imperar!
Que esses bons alunos enganados saibam reconhecer, em si próprios, a dignidade do mérito e do trabalho e venham a ser os obreiros duma nova ordem social, nacional e mundial, verdadeiramente justa, solidária na partilha e no reconhecimento dos verdadeiros valores da Humanidade.
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Outono
(A palavra é cansada...)
Tudo a cair de sono,
Como se a vida fosse assim, parada!
Nem o verde inquieto duma folha!
O próprio sol, sem força e sem altura,
Olha
Dum céu sem luz e levedura.
Fria,
A cor sem nome duma vinha morta
Vem carregada de melancolia
Bater me à porta.
Miguel Torga
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Poema do dia
Há um rato para cada português
Dos jornais
Anjo guardum
pra cada um
Da província
Um rato e um anjo de guarda
para cada.
Anjo defende o acto
mau,
a fazer ou a sofrer.
Rato celebra contrato?
Qual!
Rato rói,
até na orelha.
Anjo dói
de outra maneira.
Mas eis que, nestes enredos,
há dois a mais, um a menos.
Cai ao anjo a pena,
ao rato o pelame.
Um regressa ao seu enxame,
o outro à sua caverna.
E o português, desanjado,
já se vê desratizado.
Chora.
Alexandre O`Neill
sábado, 17 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Procissão da Memória
Na caminhada, primeira,
Já vem ali a chegar
A velhinha do correio,
Cada dia carregada,
Com as cartas do Destino
E o peso da Vida inteira.
Depois, olhando o chão,
Já lá vem o sem-abrigo
Livre como mais ninguém!
Só a cabine da luz lhe guardou a solidão
E lhe soube avaliar o peso da sua Cruz.
A música da Procissão
É feita do batucar da forja
Domando o ferro, no fogo.
De lá, vejo cada enxada, avermelhada,
Já pronta para cavar a terra seca ou molhada,
O ganha pão do meu povo.
Nas águas dos teus ribeiros
Paro só para escutar.
Há cânticos ao desafio,
Há bater de travesseiros
Nas pedras lisas do rio
Onde as mulheres vão lavar.
Mais atrás, lá no Pombal,
Com moinhos de papel
Bem colorido,
O velho das alegrias
(Vive na minha lembrança)
Com Setembro é chegado.
De baraço enleado, numa dança,
Puxa o carrito, atulhado, com trapos e fantasias,
Gatos presos e um cão.
Vende sonhos de criança
Rodando ao sabor dum sopro
E…
Com tanta devoção
Entrega a Deus sua Esperança
Ao passar da Procissão.
Roga-se a Paz aos que foram
E a Benção duma Ajuda
Vinda do Céu até nós,
Numa singela Oração
De filhos, pais e avós.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Entrelinhas...presente
sentragoal.gr
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Cartão parabens
Para alguém, Ricardo, que não sei por onde anda mas sei onde está, aqui fica o registo dos meus 30 abraços de Parabéns!
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Prova dos nove ou prova real
- "É a história dos centros escolares. Uma porcaria. É só um mau serviço."
Talvez motivada por um já retardado defeito de profissão, como num turbilhão de toques de campainhas, mil e uma vivências de outrora vieram-me à lembrança. Entre elas, a polémica ideia, nesse tempo ainda em gestação, da criação dos centros escolares educativos. Sem pretender aprofundar o tema, creio que os aspectos positivos e negativos que surgiam já nessa época, continuam actuais.
É bom que a oportunidade de acesso a espaços físicos adequados, funcionais, bem equipados e atraentes, contemple todos os alunos, de todas as franjas da sociedade.
Como reserva pessoal, mantenho a problemática do desenraizamento de crianças de pouca idade e o esforço diário que se lhes exige nas deslocações massificadas e desenquadradas do acompanhamento e apoio dos familiares. Acrescentaria ainda, as inúmeras contradições dessa política de favorecimento do sucesso educativo perante as dificuldades sociais que se resumem em despedimentos, cortes e recessão.
Por fim, solidária com a saga dos professores, que me dispenso de analisar, apetece-me dedicar-lhes um trecho de um poema, cujo autor desconheço.
"Ser professor é ser artista,
malabarista,
pintor, escultor, doutor,
musicólogo, psicólogo...
É ser mãe, pai, irmã e avó,
é ser palhaço, estilhaço.
É ser acção.
É ser bússola, é ser farol...
É ser luz, é ser sol.
Incompreendido?...Muito.
Defendido?... Nunca.
O seu filho passou?
Claro, é um génio.
Não passou?
O professor não ensinou.
Ser professor
É um vício ou vocação?
É outra coisa...
É ter nas mãos o mundo de Amanhã".
....
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Lembrando o Poeta
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Como toiro, em plena arena
Nos tempos que correm, ando com cara de país periférico.
De manhã à noite, ouço avisos de poupança, alertas de crise e recessão a fazer lembrar "outroras", que julgava adormecidos, para sempre.
Há pânico nas bolsas, dizem.
Ser-se velho é ser capaz de não se deixar espantar com aumentos no gás ou na luz, com perdão às dívidas de milhões, com penalização a quem vai pagando o sonho de ter a sua casa, nem sequer com a implementação de "pseudo-modernos" moldes de escravatura humana. Porém, esta que ouvi de haver hesitações em subir o IVA do golfe e das touradas, quando tudo o que é essencial e básico sofre aumentos impiedosos, parece-me intolerável e mexe com a minha costela a favor dos toiros.
Sinto a fúria deles ao sair do curro, para gáudio da esperteza dos parolos.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Até vais de carrinho
Um dia, comecei a olhá-lo de lado e reparei que cada vez mais, se parecia comigo. Andava descolorido, fora de moda, barulhento, desengonçado. Direi até, envelhecido.
Começaram, aí, as nossas querelas e desamores.
-Abre a janela! Fecha a janela!
-Não abro! Não fecho!
Neste vaivém de conversas, ele perdeu a cartada.
Deixei-me seduzir por outro mais belo e actual, com ar vistoso e perfumado!...
Então, cuidadosa no cumprimento dos meus deveres fiscais procurei, no virtual, informações sobre o imposto de circulação a pagar pelo meu novo brinquedo.
Como riso de mafarrico, ressalta-me o espectro do meu velho calhambeque. Havia um calote de selo esquecido, pendente há mais de 3 anos!
Duvidei da minha capacidade de literacia. Pedi ajuda na interpretação que fizera. Não havia engano. Eu tinha falhado. Hoje, na repartição, ouço a sentença.
Apesar da separação efectiva, há que pagar e... com coima.
A conter "os azeites", espero que termine a quebra do sistema informático. Recordo-me, entretanto, da caçada do radar que ainda percorre os "trâmites legais" mas não tardará a escaldar-me os bolsos, também.
Já a manhã ia bem alta quando as contas apareceram, simples de entender.
Coima, selo antigo, novo imposto... Lá se foi um corte de mais de centena e meia de "aéreos". E, de novo aquele riso escarninho a soar-me, agora, na consciência.
-Queres carrinho novo? Toma. Paga. Ah!...e, para não esqueceres o velhinho calhambeque, trata de guardar o recibo do calote, durante os próximos 5 anos!!!
domingo, 7 de agosto de 2011
Um poema
Não tenhas medo, ouve:
É um poema
Um misto de oração e de feitiço...
Sem qualquer compromisso,
Ouve-o atentamente,
De coração lavado.
Poderás decorá-lo
E rezá-lo
Ao deitar
Ao levantar,
Ou nas restantes horas de tristeza.
Na segura certeza
De que mal não te faz.
E pode acontecer que te dê paz...
Miguel Torga, Diário XIII
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Vasquinho
Felicidades nos trouxe. Felicidades encontre, sempre, ao longo da vida.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Parabéns, Gil! 5 anos, dia 5!
Pois eu gosto de crianças!
Já fui criança, também…
Não me lembro de o ter sido;
Mas só ver reproduzido
O que fui, sabe-me bem.
É como se de repente
A minha imagem mudasse
No cristal duma nascente,
E tudo o que sou voltasse
À pureza da semente.
Miguel Torga
Diário VIII , 1957
quinta-feira, 30 de junho de 2011
terça-feira, 28 de junho de 2011
Uma decisão acertada
Hoje, voltei a passar por lá. Uns metros adiante, mais fora do túnel, está pintada, agora, uma nova passadeira. A anterior, foi coberta de tinta da cor do asfalto.
Tão simples, diremos, mas... quantas preocupações e sofrimentos tiveram de ser passados para que fosse visto atentamente e corrigido, o que era tão óbvio.
Somos assim. Porém, vale mais tarde do que nunca.
terça-feira, 21 de junho de 2011
1ª Mulher eleita para Presidente da Assembleia da República Portuguesa
Gostei muito da forma como o nosso novo 1º Ministro soube solucionar o descalabro, de ontem.
Dia histórico na emancipação da Mulher.
Afinal, elas são sempre capazes!
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Eclipse da Lua
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Todos os dias devem ser "Dia da Criança"
Aqui me tens
Mãos pequenas
Com ânsia de voar,
Algibeiras de ilusão, vontade louca
De aprender, de brincar.
Trago comigo a sacola dos sonhos,
A força que existe num ser a despertar.
Trago comigo uma constante sede
De Ternura e Amor,
o direito à "Viagem", sem parar.
Em ti,
Quero encontrar
A calma azul do mar por explorar,
O doce vigor que salta as barreiras da idade.
Abre, de par em par,
As "Portas", as "Janelas".
Faz dos meus passos eco dos anseios da infância que foi tua.
Deixa-me pintar o cenário da Esperança onde vou viver.
Deixa-me pular,
Sorrir, cantar, correr.
DEIXA-ME SER CRIANÇA!
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Ruivacos, que somos
Era uma vez um conjunto de indivíduos. Todos iguais, quer fossem comparados com outros seus irmãos situados mais a norte ou a sul, a este ou a oeste desta Península Ibérica. Porém, quem os aprendesse a olhar na sua especificidade, com muito amor e perseverança, haveria de descobrir como são únicos, singulares, resistentes, preciosos e belos, guardando em si, ainda, características dos seus ancestrais de há milhões de anos.
Outrora, o seu mundo era cristalino, composto de riachos e regatos, de valas e fundões de água fresca. Então, eram felizes mesmo quando deslizavam na corrente ou no remanso das águas, quando se refrescavam nas sombras dos choupos e se perturbavam com a rapaziada que mergulhava as mãos por entre os ramos e as pedras, na tentativa de os "pescarem" como se fossem "troféus de alto-mar." Quase sempre, eram eles que ganhavam essa "guerra" com escorregadia facilidade. Mas...
Os tempos mudaram.
A ânsia dos homens pelo lucro, a cegueira que se lhes abateu perante tudo o que é simples, singelo e natural, foi causando a morte, a destruição, a pobreza.
- Ruivacos do Oeste?
- Já não há por aqui!
- Isso era há muito tempo atrás...
- Ainda me lembro de os ver nas águas limpas do rio.
- Regatos, riachos? Morreram envenenados com merda e venenos.
- Frescas sombras, choupos? Secaram ou foram derrubados.
Enquanto decorrem folclores, enquanto nas feiras se apregoam produtos mágicos, alguns, poucos, silenciosamente, com muito esforço e muita incompreensão, caminham, percorrem distâncias carregando artes e engenhos e, determinados, vão recolhendo os últimos sobreviventes.
Por outro lado, esses mesmos sobreviventes, "agradecem" a diferença da realidade que lhes é proporcionada e... vão-se reproduzindo.
Numa manhã primaveril, de sonho real, num troço de rio purificado e transparente, uns quantos indivíduos descobrem o seu novo/velho habitat. Uma nova oportunidade de recomeço.
A pouco e pouco, ainda que com muitas dificuldades e carácter precário, em competição com poderosas questões económico/financeiras, vão surgindo alertas de iniciativas prioritárias que será necessário implementar para bem de todos nós.
...E ainda são tão poucos os que vão despertando para o que é essencial.
...E ainda são tantos os que ignoram as consequências de tanta indiferença.
Ruivaco do Oeste: Tu, como eu, fazes parte duma população que neste eco-sistema, sobrevive...à mercê de muitos "pseudo-poderes".
Ainda há Esperança.
O Amanhã já, ontem, começou.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Para memória futura
segunda-feira, 16 de maio de 2011
domingo, 8 de maio de 2011
terça-feira, 3 de maio de 2011
Socrinhas
Olho o relógio e vou ligar o rádio porque são horas de notícias.
Ao escutar as interessantes novidades (especulativas ou não) alusivas à cacetada que a famosa "troica" nos apresentará brevemente, troco a minha atenção pelo gorjear constante do meu Socrinhas e, enquanto vou pensando nas limpezas extras a que me vejo forçada, agora, que ele resolveu mudar a pena, contemplo-o e divirto-me.
Ofereci-lhe um espelho com poleiro pendente. A princípio, começou por ter medo. Depois, não ligou ao presente mas, entretanto, é vê-lo em conversa ou cantadoria com "o seu parceiro", "o seu homónimo," " o seu homólogo", " o seu rival", " a sua última conquista", sei lá mais com quem!...
E, por entre gorjeada tão feliz e convicta, ouço nas notícias que os velhos ricaços com € 600 mensais, vão apanhar uma golpada, pois então.
Socrinhas, Socrinhas, esbelto e vaidoso, ainda bem que te sentes dono de todo o mundo! Assim, nem reparas que o teu espaço é uma gaiola, cercada de grades. Canta, contigo mesmo. Palra. Dança no baloiço. Bica as tuas verdes penas. Eu cá estarei para as limpezas e tratamentos, gozando o Sol... enquanto não for possível que alguém o venha hipotecar.
Ps: Não era preciso vir intercalar-se no jogo dos campeões ibéricos para fazer um esclarecimento público sobre as golpadas aos velhinhos, sr Sócrates! Eu só falei sobre o meu periquito e do que ouvi nos media, nada mais. Quanto aos reformados, ricaços, dos 600 euros, fico contente que continuem ricos e endinheirados. Corte lá na minha pensão se isso salva o meu País.
Leve-me a bicicleta e a bandeira branca e ficaremos conversados, definitivamente!
domingo, 1 de maio de 2011
Para sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'
domingo, 24 de abril de 2011
Handel - Messiah - Hallelujah Chorus
Páscoa!
Passagem das trevas para a Luz. Vitória da Vida sobre a morte.
Páscoa, Ressurreição do Amor!
Composição : George Friedrich Händel
Handel's Messiah
allelujah (Aleluya)
Hallelujah hallelujah hallelujah hallelujah hallelujah
Hallelujah hallelujah hallelujah hallelujah hallelujah
For the lord God omnipotent reigneth
Hallelujah hallelujah hallelujah hallelujah
For the lord God omnipotent reigneth
Hallelujah hallelujah hallelujah hallelujah
For the lord God omnipotent reigneth
Hallelujah hallelujah hallelujah hallelujah
Hallelujah hallelujah hallelujah hallelujah
Hallelujah hallelujah hallelujah hallelujah
(For the lord God omnipotent reigneth)
Hallelujah hallelujah hallelujah hallelujah
For the lord God omnipotent reigneth
(Hallelujah hallelujah hallelujah hallelujah)
Hallelujah
The kingdom of this world is become
The kingdom of our Lord, and of His Christ, and of His Christ
And He shall reign forever and ever
And He shall reign forever and ever
And He shall reign forever and ever
And He shall reign forever and ever
King of kings forever and ever
hallelujah hallelujah
And Lord of lords forever and ever
hallelujah hallelujah
King of kings forever and ever
hallelujah hallelujah
And Lord of lords forever and ever
hallelujah hallelujah
King of kings forever and ever
hallelujah hallelujah
And Lord of lords
King of kings and lord of lords
And He shall reign
And He shall reign
And He shall reign, He shall reign
And He shall reign forever and ever
King of kings forever and ever
And Lord of lords
hallelujah hallelujah
And He shall reign forever and ever
King of kings and Lord of lords
King of kings and Lord of lords
And he shall reign forever and ever
Forever and ever and ever and ever
(King of kings and Lord of lords)
hallelujah hallelujah
Hallelujah
sexta-feira, 22 de abril de 2011
terça-feira, 12 de abril de 2011
Tempo de ser melhor
Hoje, de manhã, fui testemunha dum atropelamento. Foi tão perturbador que ainda me é difícil abstrair toda a sequência dos factos.
Foi, novamente, mais uma lição de condução após a aula de natação. Outro aviso, um grande e perturbante aviso, para que eu própria me torne mais consciente do modo como viajo e caminho, das limitações que também me vão afectando já e da forma distraída como conduzo, tantas vezes, reconheço.
O caso poderia ter-se passado comigo, com qualquer um. Basta um instante de distracção e facilitismo.
Ao regressar da natação, optei via túnel. Já próximo da entrada, vejo surgir de lá uma camioneta ligeira de caixa aberta, com um casal da minha faixa etária, talvez. Simultaneamente, no mesmo sentido, apercebo-me de uma figura feminina que se dispõe a atravessar a passadeira. Nem tive tempo de ver se a mulher olhou para a entrada do túnel. O meu pensamento ficou a meio embora tivesse durado menos de um segundo, tenho a certeza. Ouvi o estrondo daquele corpo na frente lateral da camioneta e vi a expressão de inevitável surpresa nos rostos do condutor e da sua acompanhante. Instintivamente, dei comigo parada ao lado da carroçaria sem ver a atropelada. Avancei um pouco e já outra mulher de telemóvel na mão chamava socorro. Outras pessoas vindas do mesmo sentido, já se aproximavam. Senti que nada podia fazer senão avançar para que o trânsito que vinha atrás de mim não perturbasse mais. Entrei no túnel acenando calma aos incautos que se aproximavam, para que não houvesse mais embates.
Por coincidência ou não, foi na 3ª-feira passada que fui multada por excesso de velocidade.
Dois grandes avisos. Dois momentos a demonstrarem-me que a vida é um exigente e constante apelo à nossa perfeição e um aviso à cautela e à consciencialização das consequências que a forma como utilizamos a nossa liberdade pode perturbar a vida de outros, iguais a nós.
domingo, 10 de abril de 2011
CCC Dança COPPÉLIA
Muito Bom.
1º- Excelente elenco;
2º-Excelente espectáculo;
3º- Excelente fim de tarde;
4º- Excelente prenda de aniversário... Bilhete oferecido!
Foi um prazer. Gostei muiiito!
Obrigada, manos.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Socrinhas, uma nova Amizade
Levei-o até à chaveninha da água e bebeu sequioso. Aceitou, desajeitado, provar as migalhas que eu tinha na mão. Procurei com ele uma caixa de sapatos. Deitei-lhe uns bagos de arroz e lá ficou o meu amigo coberto de plástico furado, enquanto eu saí. A varanda ficou aberta para o caso de ele optar ser livre.
Demorei-me +ou- 3h. Pelo caminho, abasteci-me de comidinha adequada à sua espécie. Procurei uma casinha vazia que outrora pertencera a um canário muito amado e voltei a casa.
Ao sentir-me, senti-o nos seus gorjeios como se me dissesse da fome que ainda tinha. Encostei a caixa à porta do seu novo lar já abastecido de comida e água. Mudou-se sem problemas. Agora, descansa de papo cheio, sem mais barulhos.
Não sei se por coincidência, vi nele imagem do meu País. Senti-me ao jeito dum FMI porque as regras já estão impostas. Não quero porcarias nem barulheira. Bastam as despesas e o trabalho que me vai dar. A minha "generosidade" obriga-me a ser "solidária." Mal sabe o meu Socrinhas que em troca da certeza alimentar, dificilmente voltará a voar, parapeito fora...a não ser que arrisque e se sujeite à incerteza dos céus.
Socrinhas, meu periquito amigo, este nome assenta-te que nem uma luva quer sejas menino ou menina.
Porta-te bem e não te faltará um lar!...
terça-feira, 5 de abril de 2011
Sorrisos, PEC ados, Azares...Roubos, Crises e Radares...
Hoje, acho que vivi uma caricatura parecida mas, ao contrário.
Esta manhã, por várias razões, atrasei-me depois da minha aula de "chapinhação". Uma delas porque a L., minha conterrânea, ao sair da nossa aula, foi confrontada com o assalto ao seu carro e o roubo de documentos e dinheiro. O caso envolveu a solícita brigada para tomar conta da ocorrência e "apoiar" a vítima. Fiquei mirone e comentadora, claro.
Com o sol a brilhar e o relógio a "tic...taquear", decidi-me a ganhar tempo indo pela antiga circular da cidade (agora chamada de rua e batizada com nome espanhol por sermos tão amigos dos vizinhos).
Juro que não me lembro de encontrar vivalma, um carro que fosse a passar, muito menos algum ligando as luzes, num desafio ao brilho do astro-rei.
Respirei fundo, contemplei os campos e lá vou eu até que, lado a lado com a escola, nem tive oportunidade de recordar as alegrias que vivi noutros espaços idênticos.
Pela frente, surge-me Angela Merkel, tal e qual, disfarçada de brigada de trânsito.
Pensei: Vá lá, lembraste-te de mudar os documentos do saco desportivo para a mala. Vamos ver se o vidro abre. Abriu e... fechou depois, também. Olaré!
Continência da autoridade. Pedido de documentos.
Preocupo-me com o clip que os segura mas, não faz mal. A tal visão, tão alemã a meus olhos, afasta-se até à viatura, discretamente fora da via e rodeada por duas generosas aves. Antes porém, recebo a vergastada no lombo. Toma!
Sou informada que o pedido de paragem não era só para ver documentos. Eu tinha sido caçada, lá no alto, pelo eficiente radar que registou uns escandalosos 80km/h, naquele fim de manhã, tão belo e tão sereno.
Manhosa, fingida, revisto-me com o meu ar de senhora respeitável, peço desculpa e esclareço:
-Vou com um bocadinho de pressa porque vou tratar do meu pai que tem 89 anos e está sozinho, à minha espera.
A prestimosa visão preocupa-se com o meu precioso tempo e avia-me depressa. Registou os meus dados sem demora e... prometeu enviar-me a penitência para a morada, informando-me das formas possíveis para eu cumprir a pena aplicada.
Acho que vou despender uns "aéreos" mas vou, também, relativizar a coisa e fazê-lo sorridente, sim senhor.
Tadito do meu pai se soubesse disto. Ficava preocupado e dava-me uma lição de moral e de boa condução.
Não sei se esta tramóia partiu do pobre do "Socras" ou foi ironia do meu próprio e velho automóvel. É que eu tenho andado a fingir-me de abonada em tempo de crise e a ponderar a hipótese de rifar o meu velhinho calhambeque, sabe-se lá se não só, por enfado. Afinal, sou condutora desde 1 de Outubro de 1970. Isto de se apanhar a 1ª talega por excesso de velocidade ao fim de 40 anos de condução e com uma viatura tão desvalorizada, faz-me sorrir e pensar que podia ser bem pior.
PS: Não vou aceitar o convite para 5/6. Obrigada. Ficarei a meditar no quanto sou perdulária mas também a dar graças a Deus pelo privilégio de tantas coisas boas de que tenho beneficiado na vida. As vezes que pisei o pedal sem consequências, incluem-se neste rol.
Ah, esquecia-me de registar que vou estar atenta à forma como serão gastos todos os cêntimos deste contributo que, forçosamente, vou dar para resolver a maldita crise.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Dilema português
...Se falta a luz, sobra água.
...Resta-nos o azul dos céus.
...E mais nada!
sexta-feira, 1 de abril de 2011
O Conselho dos ratos
Nas fábulas de La Fontaine, inspiradas no género literário criado por Esopo, o Grego, sempre encontraremos uma lição moral, adequada às atitudes dos homens de todos os tempos ...
Por SAPO Kids, 23 de Março de 2009
Há muito, muito tempo, os Ratos reuniram-se em assembleia para decidirem em conjunto o que fazer em relação ao seu inimigo comum: o Gato.
Depois de muito conversarem, um jovem rato levantou-se e apresentou a sua proposta:
- Estamos todos de acordo: o perigo está na forma silenciosa como o inimigo se aproxima de nós. Se conseguíssemos ouvi-lo, podíamos escapar facilmente. Por isso, proponho que lhe coloquemos um guizo no pescoço.
A assembleia recebeu estas palavras com entusiasmo. Foi então que um Rato Velho se levantou e perguntou:
- E quem é que vai colocar o guizo no pescoço do Gato?
Os ratos começaram a olhar uns para os outros, e não houve nenhum que se oferecesse para levar a cabo semelhante tarefa.
Então o Rato Velho terminou, dizendo:
Propor uma solução é fácil, o difícil é pô-la em prática.
Fábulas de La Fontaine
Por Sapo Kids
segunda-feira, 28 de março de 2011
E agora José? - Carlos Drummond de Andrade
E agora Portugal? Discute-se hoje no "Prós e Contras" onde há pouco ouvi citar parte deste poema.
sexta-feira, 25 de março de 2011
quarta-feira, 23 de março de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
Dia Mundial da Poesia
“Poesia”
Dia da Poesia é hoje a novidade da gente!
Dia de hipocrisia, na verdade, já que a bomba inteligente
Com sucesso, diz quem manda,
Varre as portas de Bagdad,
Num louco acesso pelo cheiro do petróleo,
Que tresanda!
E só cai e só vem,
Com perícia genial e de “modo generoso”,
Onde convém ao lucro do poderoso.
Dia da Poesia poderia ser
Se,
O menino iraquiano, como o anglo-americano,
Pudessem, hoje, adormecer em Paz,
Sem papão no telhado,
Sem bombas por todo o lado!
Mas não!
Reina agora a confusão
Trespassando a nossa alma
Quando, antes de dormir, bem à hora do jantar,
A caixa da televisão
Nos mostra a guerra a surgir,
Na maior calma, a passar,
Misturada com novela,
Qual festança de primor,
Qual orgia de horror,
Com rigor na precisão
Que os homens puseram nela.
E o “canal da liderança”
Lá se afirma, na esperança
De convencer uma amorfa clientela
Que vê a guerra a nascer,
Sem sentir a dor que há nela!
2003
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Para Sempre
Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas'
quinta-feira, 17 de março de 2011
Cão japonês conduz socorristas até parceira ferida [com vídeo] - Sol
Sem palavras. Só para que, todos nós, meditemos!
terça-feira, 15 de março de 2011
segunda-feira, 7 de março de 2011
Pequeno Poema
ficou tudo como estava.
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu
nem houve estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.
Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...
para que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha mãe.
Sebastião da Gama
quarta-feira, 2 de março de 2011
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Gostos
Gosto do verde dos campos, das aves e
das lembranças que dão vida a minha alma.
Gosto do azul do Céu e do Mar, em tarde calma.
Gosto de pisar as pedras debaixo dos pés descalços,
num dia quente, de Verão.
Gosto das flores e perfumes, da Paz e da Alegria, da Saúde.
Dos silêncios, amiúde.
Gosto, afinal, do que é Belo quando o belo é a Bondade
Que encontro em ti, Meu Amor.
...E de que tenho Saudade.
S.C.
sábado, 19 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
eram treze moscas num sítio, uma ficou macambúzia
deu um tangolomango nela e então sobrou uma dúzia.
dessas doze, sinhá, que ficaram, uma tomou um bronze
deu um tangolomango nela e então sobraram onze.
dessas onze, sinhá, que ficaram, uma teve um revestrés
deu um tangolomango nela e então sobraram dez.
dessas dez, sinhá, que ficaram, uma amarrou o maior bode
deu um tangolomango nela e então sobraram nove.
dessas nove, sinhá, que ficaram, uma pousou num biscoito
deu um tangolomango nela e então sobraram oito.
dessas oito, sinhá, que ficaram, uma voou da charrete
deu um tangolomango nela e então sobraram sete.
dessas sete, sinhá, que ficaram, uma disse "sim, não, talvez"
deu um tangolomango nela e então sobraram seis.
dessas seis, sinhá, que ficaram, uma apertou o cinto.
deu um tangolomango nela e então sobraram cinco.
dessas cinco, sinhá, que ficaram, uma posou pr'um retrato
deu um tangolomango nela e então sobraram quatro.
dessas quatro, sinhá, que ficaram, uma esbarrou num genovês
deu um tangolomango nela e então sobraram três.
dessas três, sinhá, que ficaram, uma quis conhecer as dunas.
deu um tangolomango nela e então sobraram duas.
dessas duas, sinhá, que ficaram, uma caiu de bunda.
deu um tangolomango nela e tumba-catatumba!
essa uma, sinhá, que ficou, sentou em frente à televisão.
deu um tangolomango nela, acabou-se a geração!
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Pelo sonho é que vamos
Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.
Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
(Sebastião da Gama)
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Lula - Discurso Histórico
Trecho do discurso do presidente Lula no dia 24/08/2010 em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O presidente falou sobre o preconceito e o complexo de "vira-latas".
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
João Villaret - Procissão
Faz hoje 50 anos que desapareceu esta voz.
Muitas vezes me deixou, de ouvido colado à rádio, saboreando toda a melodiosa cadência que tinha no seu saber dizer.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
A escolha
Miudinha como eu sou, cá vou fazendo as análises ao que ouço e ao que vejo proposto por cada candidato. O modo como as propostas, de cada um, são transmitidas ao povaréu é tão fraco que me deixa a quilómetros do utópico sonho de mudança que experimentei um dia.
Coelho: Usa o espaço brincalhão, gozando a oportunidade de "puxar os lençóis" sem definir as ideias a concretizar se fosse possível ser eleito. Anima-me. Um pc descartado por ser "inconveniente" no seu modo de dizer.
Cavaco: Tadito. Sabe de contas, segura as rédeas. É elegante, usa a moral. Até abdicou, agora, do ordenado da Presidência. Ena! Um tabu a desvendar!
Alegre: Triste Alegre. Grande voz. Grande Poeta. Poeta na Presidência, bonito! Porém, sabe a "sopa requentada". Quem o viu e quem o vê. Como eu... foi jovem e já é sexagenário.
Lopes: Ah, é Lopes! Talvez sejamos parentes. É sensato. Tem boa figura. Contudo, é mais obediente do que eu. Cumpre bem as tarefas partidárias.Dispenso mandarete.
Nobre: Ser Nobre é coisa valiosa mas... mesmo sabendo como o país precisa de médico, andar a reboque de sugestões ... não valoriza nada.
Defensor: Sim, defensor dos animais. Outro médico a tentar sarar os males nacionais. Foi capaz de vetar touradas na sua cidade. Enche-me as medidas mas... parece-me que tem um visual, uma imagem, pouco mediática, pouco atractiva perante "as massas".
Não me lembro de outros candidatos mas gostaria que tivesse aparecido um quarentão, sensato, bonito, culto, altruísta, conhecedor do mundo, com carisma, estilo assim... a modos que Luís de Matos. Talvez, alguém capaz de, num golpe de mágica, nos levar à resolução dos complexos problemas desta velha Europa, moribunda, nas garras dos "países emergentes".
Vou pensar. Vou pensando.
Votem Bem!
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Introspecção
" Trabalhei muito para chegar aqui"....
"O mais importante são os títulos colectivos"...
..."Mas, este prémio faz bem ao ego do Português"...
Simultaneamente, em rodapé, fui lendo a triste legenda alusiva a outro português: "Renato Seabra foi acusado de homicídio de 2º grau"...
Entretanto, sei de uma Mulher que , sem hesitações, atravessa um oceano, deixando-se cair nas garras do abismo do sofrimento, movida apenas pela Dor e pelo Amor Maior, na busca do filho envolto nas teias de um crime.
..."Inda que seja ladrão,
Aquele que tem a Mãe
Lá tem no meio da luta
Ternos afagos de alguém".
Cantou Zeca Afonso.
Hoje, os meus gatos assanharam-se e lutaram pela disputa do mesmo espaço, para dormirem esta noite.
Hoje, não quero deixar de registar algumas das minhas inquietações de sempre, algumas das minhas velhas dúvidas, dos meus porquês e das contradições que também me envolvem a minha própria alma.
Quem sou eu? Quem somos nós? Até que ponto somos apenas e tão só, animais? Até que ponto somos capazes de nos aperfeiçoar e desenvolver comportamentos cada vez mais solidários, mais humanizados e humanizantes? Como aprender a conhecer e a evitar ou dominar as nossas fragilidades? Que exemplos de vida deveremos dar aos mais novos? Como escolarizar, socializar, encaminhar os mais pequenos e os jovens?
Até que ponto estamos todos metidos "no funil da competição" buscando a única saída que possibilita apenas o "êxito" de um, dois, três, à custa do esmagamento das multidões de anónimos? Que diferença sabemos fazer entre o verbo SER e o verbo TER?
Ao longo dos milénios estas e muitas mais dúvidas se foram apresentando ao Homem, perante os resultados mais ou menos dramáticos dos seus comportamentos.
A linha de fronteira entre o Bem e o Mal é tão frágil que ninguém pode ter a certeza de que não a vá ultrapassar, alguma vez.
A Vida é Caminho. Caminho de sucessos, de alegrias, de esperanças mas também de fracassos, de tristezas e desânimos. Somos capazes de os aproveitar para nos fortalecermos na capacidade de entreajuda, no reconhecimento das nossas limitações e aperfeiçoamento do nosso carácter? Nem sempre.
A Vida é Verdade mas... há tantas verdades quantos os pontos de vista. Importa sermos coerentes nas atitudes e nas situações que enfrentamos. Porém, somos sempre capazes de assumir as consequências disso mesmo?
Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida, disse Jesus Cristo. Na coerência do Seu Testemunho encontramos exemplos de Generosidade, de Justiça, de Igualdade e Aceitação do outro, de Ajuda e Partilha, de Tolerância e Perdão, de Dádiva Suprema, até.
Quando formos capazes de concretizar este maravilhoso programa de Vida, seremos menos contraditórios, mais irmãos uns dos outros.
Hoje, li o anúncio do FUTURO e alegrei-me. Que venha Saudável, cheio de Graça e Pureza. O Mundo precisa dele (dela) para se tornar mais Feliz, mais Perfeito e mais Belo!
domingo, 2 de janeiro de 2011
Vento no rosto
noite aspergindo nos ares,
as coisas familiares
noutras formas acontecem.
As arestas emudecem.
Abrem-se flores nos olhares.
Em perspectivas lunares
lixo e pedras resplandecem.
Silêncios, perfis de lagos,
escorrem cortinas de afagos,
malhas tecidas de engodos.
Apetece acreditar,
ter esperanças, confiar,
amar a tudo e a todos.
(António Gedeão)
sábado, 1 de janeiro de 2011
Dia Mundial da Paz!
Ano Novo, Vida Nova!
A Vida não pára de me surpreender. Umas vezes enche-me de rotinas e contraditórios. Outras vezes, obriga-me a descobrir as minhas próprias fragilidades e corrige-me o orgulho, com sábias lições.
A Vida é Mestra e transcende-nos a todos! E, sempre que o Homem a respeita na sua Plenitude, a Vida é Bem, é fonte de Felicidade e Alegria.
Hoje, Dilma Roussef tornou-se a 1ª Mulher Presidente do Brasil. Segui, em directo, parte da cerimónia.
Após uma emocionante troca de poderes entre o carismático Lula da Silva e Dilma, com tudo o que de maravilhoso e promissor isso encerra, retive do seu discurso de tomada de posse a expressão:
" Para concretizar o Sonho é preciso romper as fronteiras do possível".
Também eu quero festejar a Vida no recomeço deste Novo Ano, esperando que se concretizem os Sonhos que, hoje, ainda guardo comigo.
Bendito seja o Criador, Caminho, Verdade e Vida!